Obviamente, a intenção não é questionar sobre a aplicação da fórmula em si, mas sim, propor uma reflexão sobre a aprendizagem que o modelo tradicional vem aplicando.
Com algumas referências de testes, esse artigo pode dar alguns caminhos para você encontrar seu "aprender a aprender".
Essa temática "aprender a aprender" apareceu em uma conversa liderada pela empresa Meiuca sobre: Ensino e Aprendizagem, todas as muitas formas de aprender , que participei e me fez refletir sobre algumas experiências. No meu contexto como professor/instrutor, eu sinto que explicar algo que aprendi para outra pessoa, favorece minha assimilação. Pronto: identifiquei o meu "aprender a aprender".
Ter essa sensação de ambiente de aprendizado me faz absorver melhor o conteúdo. Além disso, é um excelente exercício de narrativa, especialmente quando se tem um público diverso, pois o mesmo conteúdo precisa de adaptação seja para o público corporativo seja para Designers. A própria dinâmica de interação e questionamento desses estudantes também é um momento de reflexão sobre a atualização do conteúdo, a aplicação da teoria no contexto e a adequação das palavras.
O artigo: A pedagogia do "aprender a aprender" e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento, traz 4 posicionamentos interessantes referente ao tema, a partir disso, trago algumas reflexões do autor Newton Duarte:
Essa citação me faz pensar no perfil de aprendizagem de cada pessoa, ou seja, característica da personalidade e o modo de absorver refletem, por exemplo, na eficiência e na eficácia do aprendizado. Outro exemplo, um conteúdo teórico falado por 50 minutos versus aplicação na prática tendo a própria pessoa como protagonista, ou mesmo, aprender com o próprio erro com a intenção de melhorar ou iterar.
Existe um mapeamento de estilo de aprendizagem, idealizado pelo professor David Kolb, que apresentou um estudo que identifica que podemos mapear o processo de aprendizagem sobre dois eixos: processamento (como fazemos as coisas) e percepção (como pensamos sobre as coisas). Esse artigo ajudará você encontrar o seu estilo.
O autoconhecimento do próprio aprendizado é um elemento importante para identificar como potencializar o seu melhor modo de aprender, ao mesmo tempo, um bom exercício para se desafiar para alterná-los com estímulos diferentes.
Esse momento de descoberta está relacionado ao próximo item, sobre a construção do conhecimento.
Se interpretado incorretamente, o trecho "mais importante do que o conhecimento já produzido" pode ser interpretada como a não necessidade ao estudo do conhecimento passado e histórico. Pra mim, é fundamental e importante entender essa base, para experimentar o próprio método de construção.
Já imaginou se o modelo imposto pelos portugueses quando chegaram ao Brasil em 1500 não fosse uma relação de poder territorial frente aos indígenas que aqui habitavam? Certamente a construção de conhecimento mútuo entre as 2 culturas poderia resultar em um ambiente rico de aprendizado (sim, uma utopia).
Retornando aos dias atuais, um bom exemplo de construção de conhecimento que experimentei foi com meu orientador da pós-graduação Marcio Fabio Leite, que me estimulou no aprofundamento do processo de design, pelas várias formas de investigação e pesquisa, ao invés de focar no resultado em si. A entrega, foi uma série de insights e possíveis caminhos interessantes que constituiu o meu trabalho de conclusão de curso. A construção do conhecimento foi fundamental para o meu aprendizado.
Essa reflexão também está em sintonia quando eu realizei o teste de estilo de aprendizagem, ao qual, o resultado foi uma abordagem prática e vivencial.
Essa citação traz consigo um trabalho reflexivo e contemplativo sobre o autoconhecimento e até mesmo mapeamento do propósito individual. Vale ressaltar que o ambiente e o contexto também precisa ser considerado.
Se a criança tiver acesso a diversos tipos de estímulos educacionais pode ajudar nessa descoberta e contribuir nessa jornada. O cientista Howard Gardner relata o conceito de outros tipos de inteligência (espacial, interpessoal, musical entre outros) e contribuindo nessa mesma linha segue um texto complementar: 9 tipos de inteligência e as aplicações no mundo do trabalho
Com esse mesmo viés, seria a construção da sua motivação e seu propósito, um método nessa vertente é o IKIGAI.
Citando o conceito de sociedade 5.0, em que o foco do desenvolvimento de soluções tecnológicas é o bem-estar humano, a qualidade de vida e a resolução de problemas sociais, essa idéia traz a reflexão e reforça o papel da educação na formação do indivíduo nessa sociedade contemporânea.
Um ponto que acredito que ajudaria o indivíduo nesse "acompanhamento da sociedade em transformação" seria o incentivo, desde a infância, relacionado à valores complementares em que habilidades como relacionamento interpessoal e empatia fosse tão importante quanto disciplinas já consolidadas. O filósofo Clovis de Barros Filho acrescenta que "Não temos professores que nos ensine a convivência" (assistir a partir de 38 minutos). Em convergência com esse tema, o texto na FORBES relata o excessivo foco na hard skills.
Esse artigo é apenas um recorte do tema "aprender a aprender", em que não foram considerados o papel do Estado na formação do indivíduo, o papel da estrutura familiar e questões de suprimento das necessidades básicas do cidadão e da sociedade, que interferem diretamente no aprendizado.
A proposta é contribuir para seu próprio modo de "aprender a aprender" que, ao mapear seu estilo de aprendizagem e o IKIGAI, podem trazer reflexões e associações interessantes na sua jornada de aprendizagem.
Quem é você, vamos conversar?
Sinta-se a vontade para me escrever: rafaelmiashiro@gmail.com