Meu nome é Eduardo Arce. Sou formado em Publicidade e Propaganda na Universidade FMU, com formação tecnóloga em Design Gráfico na Escola Panamericana de Artes e Design | Pós Graduado em Brand Design pela Fundação Armando Alvares Penteado.
O Design foi se transformando ganhou um novo formato e segue uma tendência tecnológica.
Cada vez mais amigos, antigos colegas de trabalho e muitos estudantes, estão numa vertente muito ativa nos últimos anos, a experiência do usuário.
A demanda por esse tipo de profissional aumentou 69% de 2018 para 2019. E a tendência é de um boom ainda maior nas próximas três décadas, segundo estudo da NN/g.
Sim, o famoso UX e também o UI (interação do usuário), cresce cada vez mais. A acessibilidade virou pauta cada vez mais importante e valorizada.
Mas vamos falar a real, a tendência de tantos seguirem esse caminho tem um objetivo simples e comum que praticamente quase todo mundo almeja, SALÁRIOS MELHORES!
O salário médio inicial para UX Designer júnior - sim, para o iniciante e sem muita experiência - é de R$ 4.149,00, segundo a consultoria Revelo.
Sim, é nítido que trabalhar junto com a tecnologia é um enorme aprendizado e trás segurança quando tem uma empresa investindo dinheiro, sem se preocupar com a verba gasta com um desenvolvedores para melhorar tanto a experiência como a acessibilidade para o seu produto ou serviço.
Acredito ser uma maravilha pra nós que sempre fomos tratados como descartáveis na área de marketing da empresa.
“Fazer design é muito mais do que simplesmente montar, ordenar ou até mesmo editar, é adicionar valor e significado, iluminar, simplificar, clarificar, modificar, dignificar, dramatizar, persuasor e talvez até mesmo divertir.”
E foi nessa frase que eu busquei transformar esse significado e de como realmente a acessibilidade seria importante para o trabalho.
Foram 3 vertentes necessárias e de um enorme significado, pós um ano de 2020 traumático.
Place Design - o transformar o habitat
Acho que para todos ou pelo menos pra mim, foi uma transição cheia de complicações, tanto domiciliares, como físicas e também como mental.
O trabalho home office e o tempo preso em casa, as noticias e informações no nosso pais também não ajudavam muito e as vezes as pessoas gostariam de transmitir afeto e carinho para os familiares, já que eles não poderiam estar por perto deles.
Foi no dia 7 de abril que aconteceu o #projetaçomundial, com registros de projeções em diferentes lugares do país. A campanha foi criada exatamente por esse coletivo @Projetemos, onde atingiu os estados de São Paulo, Brasília e Recife.
Caso que acontece no Japão, onde um coletivo chamado TeamLab, criou um projeto chamado Digitalized Nature. Nesse projeto, levam a arte na forma digital para ocupar espaços naturais sem danificá-los.
As instalações propõem uma experiência sensorial com as pessoas que passeiam no parque após um dia de trabalho e que procuram se livrar do stress do dia a dia com caminhadas ou corridas, especialmente durante a noite.
Isso é um dos casos de como podemos transferir a experiência para um lado mental e sentimental de um design apropriado para momentos em que vivemos em meio a pandemia.
Um outro caso de place branding bem diferente do que normalmente esperamos ver no dia a dia é de uma galera chamada @nosartivistas, onde recentemente eles vem pintando as ruas de São Paulo.
Desde o dia 20 de novembro, o @nosartivistas vem pintando hashtags pelas principais ruas de São Paulo com frases anti racistas e de empoeiramento preto.
Desde a #vidaspretasimportam que foi pintada na Av. Paulista, em frente ao MASP, esse coletivo vem trazendo os sentimentos e a necessidade de fala de pessoas periféricas, que são as que mais circulam por São Paulo mas nunca são ouvidas.
São ótimas formas de Place branding expressa a cidade, bairro ou até mesmo a periferia sente e nunca e ouvida.
Design Ativista e o poder de fala dos designers negros pra evolução necessária
Fatos que não podem passar, principalmente aqui é o efeito pandêmico ser completamente pelo atual governo e como a população estava ou está reagindo perante tanta desinformação, um ruído causado pelo abismo social e de classes.
Desde o caso George Floyd, a comoção da população preta foi finalmente escutada, profissionais negros foram ganhando destaque no mercado e na mídia para falar sobre o assunto, assim como quem também não era ouvido, designers começaram a projetar ideias que causaram comoção contra o racismo.
Assim, o design usado como ferramenta de informação e voz contra aquilo que afeta metade da população, um aliado de combate e de ensino para a população.
Para mim, que já tenho quase mais de 10 anos de carreira e só trabalhei com uma designer, mulher e preta. Vendo o espaço sendo dado como voz para essas pessoas, um fundamento essencial que possa nos dar voz.
Já que, dentro dos profissionais do design aqui no Brasil, em sua maioria, 73% se identifica como branco, 15% como pardo, 5% negro e 3% asiático.
Uma representatividade bem diferente da distribuição demográfica brasileira.
Design Social e Sustentável - A importância da população de rua em meio ao COVID 19
Esse assunto é o que mais marcou meu 2020, e principalmente o que mais merece um pouco da sua atenção.
Em meados de agosto desse ano, comecei a participar de projetos sociais a convite de uma amiga que dizia que isso seria uma oportunidade única de rever e repensar até mesmo nosso estilo de vida.
Desde então, comecei a participar desses projetos e comecei a observar e pesquisar sobre como a população de rua em sua maioria são idosas, pessoas de outros estados do país e em sua maioria pretos, mais de 11% da população de rua são crianças entre 5 a 15 anos, onde não tem oportunidade de estudo e ensino.
Ao longo do período de aproximação foi possível ver um panorama sobre suas moradias e as medidas de proteção das suas próprias moradias (barracos, tendas e cobertores) praticamente o essencial para a sobrevivência de qualquer pessoa.
Sem contar a forma que eles buscam para se proteger do frio, chuva e calor durante alguns períodos sazonais.
Muitos dos produtos descartados por nós mesmo, viram alvo de coleta para moradores de rua, que utilizam desses materiais para construírem suas casas, barracos ou que seja utilizado como uma forma de design sustentável.
Estudos mostram que a capacidade de trabalhar com produtos sucateados para sua própria sobrevivência é realizada por 72% da população de rua, já que em sua maioria, não conseguem qualquer auxílio moradia do governo.
Outro exemplo é a necessidade básica da população de rua, como água, comida e cobertores que sejam essencialmente duradouros e não descartáveis.
Que basicamente é o que mais afeta uma população abandonada e sempre vista com inferioridade.
O design pode mudar isso?
Tudo depende das ideais de cada um e das formas que vamos olhar para um futuro pós pandêmico.
A área do design está cada vez mais voltada para a tecnologia da informação, seus profissionais cada vez mais ganhando destaque e cada vez mais sendo valorizados.
Já sabemos que para 2021, o mercado tem a tendência de falar sobre sustentabilidade e diversidade, mas o quanto estamos preparados para isso?
Se estamos facilitando cada vez mais a experiência dos usuários dentro do mercado, porque ainda vivemos em um mundo que ainda tem dificuldades de conviver com a diferença de classes e a diversidade?