Especialista em Design centrado no usuário e evangelizador de práticas acessíveis. Atuou com operações de design com foco em design system em suas últimas experiências: Conta Azul, Banco PAN e atualmente Banco Carrefour. Tem 10 anos de experiência de mercado e já foi líder local na IxDA Joinville (Interaction Design Association). Desde 2016 estuda sobre o tema de acessibilidade e compartilha o seu conhecimento em eventos de design e tecnologia.
É improvável falar de 2021 sem mencionar a pandemia que vivemos e quando teremos uma vacina para amenizar isso. Mas tomando todo o cuidado com a comparação, essa enorme expectativa em relação à Milagrosa (já até apelidei a vacina) é oposta ao sentimento das pessoas em relação aos temas que abordarei neste artigo: Acessibilidade e Design Ops. Um assunto pelo qual muitas pessoas dizem se interessar e conhecer, mas poucas têm feito ou tentado fazer algo a respeito efetivamente no mercado nacional.
Porém, minha aposta para 2021 é que esse quadro também mudará... 🔥
Ou Operações de Design, que é a tradução de Design Operations.Um tema que 90% das vezes é iniciado com dúvidas sobre o que é um Design System (que em 90% dos casos ainda é apenas um guia de estilo sem documentação básica, ou seja, uma criança já sendo vista como adulta).
No entanto, de acordo com o sensato "Menu do Design Ops", agora atualizado para "Panorama de Design Ops", da Norman Nielsen Group, esse é apenas “mais um” assunto entre tantos outros dentro deste grande guarda-chuva que também pode englobar UX Writing, UX Research, ilustrações entre outros temas:
Sabe por quê? Porque tenho visto um aumento no interesse do mercado e, também, de movimentações internas nos times, com um olhar mais focado e genuíno sobre o assunto.
Porém, ainda temos um caminho longo, pois estamos falando de maturidade de Design dentro das empresas, e hoje a realidade são iniciativas compartilhadas com as pessoas do time de Design, normalmente em cargos de liderança, isso quando não ficam sob a responsabilidade de uma só pessoa, criando gargalos e atrasando a evolução de cada ponto desse panorama.
Mas e quando o time crescer? Sim, quando isso acontecer essa pessoa não estará preparada para encarar as novas demandas sozinha e a dor será maior, pode ter certeza…
Em 2019, escrevi este artigo, no qual compartilho um pouco sobre como foi o desafio de descentralização das atividades no Banco PAN.
Iniciativas do time de design — como descentralizamos as responsabilidades
E destaco também uma live que teve uma discussão muito rica, dentre um dos temas a diferença de responsabilidade entre Design Ops e Design System:
DesignOps: Como melhorar a eficiência da sua equipe de Design
É legal falar também que Design Ops não é uma atividade nova. Se você analisar todas as frentes contidas nesse time, muitas já são tarefas naturais de determinados profissionais da equipe de Design, como contratações, definição dos processos, escolha das ferramentas, planejamento das cerimônias de time. Porém, muitas vezes realizadas sob demanda, sem um padrão estruturado e quase nunca mensuradas.
Outra evidência é o aumento dos cursos focados no tema. Eu tenho orgulho de fazer parte, junto com o João Victor Santos, dos Bootcamps da How Education. Nos últimos meses, só ampliamos os horizontes, com turmas online do curso de Design Ops com foco em Design System, que agora chegam a qualquer lugar do Brasil e do mundo (sim, já tivemos alunos de vários países participando ❤️).
Outro ponto legal de mencionar, é que Design System antecedeu o Design Ops no mercado brasileiro, mesmo ele sendo um tópico dentro do guarda-chuva de Ops, e consequentemente os cursos também (com destaque ao da Meiuca, que já formou mais de mil alunos).
Positivo ou negativo esse destaque mais para uma temática do que para a outra? Não acredito que tenha uma resposta. O que sei é que o mercado tem aprendido e se adaptado, e para 2021 vejo uma evolução grande, principalmente no aumento do número de vagas para profissionais atuarem com esses temas (mercado quentíssimo, olha aí a oportunidade!).
Este nome é mais amigável, uma palavra em português, que denomina um assunto pelo qual sou apaixonado e tenho estudado e compartilhado conteúdo desde 2016.
O curioso é que o termo Design Ops começou a ser utilizado bem mais recentemente que acessibilidade. Porém, já temos times se estruturando desta maneira e Ops já é bem mais aplicado. Acessibilidade normalmente costuma ser uma reunião recorrente de pontos a serem melhorados, mas que perde sempre em alguma disputa de priorização. Já viu esse filme, né?
Pare para pensar: quantos profissionais você conhece que trabalham exclusivamente com acessibilidade? Quantos times você conhece focados nisso?
Apesar do tema acessibilidade (neste recorte, acessibilidade digital) ser bem mais divulgado e amplo, são realidades diferentes… mas não deveria!
Neste outro artigo o mestre Marcelo Sales compartilha um pouco da realidade do mercado de acessibilidade:
Precisamos de profissionais focados em acessibilidade dentro das empresas
E sabe por que não deveria ser assim? Porque acessibilidade está contido em tudo, inclusive da sigla “UX”, que traduzindo significa experiência do usuário, e quando falamos de usuário estamos nos referindo a TODAS as pessoas e suas características, certo?
Daí o questionamento, estamos pensando realmente nas experiências de todas as pessoas ou somente de algumas, aquelas muito semelhantes a nós? Que pensam parecido ou moram na mesma região?
A responsabilidade de priorizar acessibilidade deveria ser de todas as áreas, passar por todas as frentes de trabalho, pois sem testar as soluções com pessoas diversas, sem profissionais diversos dentro dos times, não há abertura suficiente para se pensar em um melhor acesso para todos.
Um painel muito legal que tive a honra de mediar com pessoas sensacionais e diversas foi no TAS Experience, no qual discutimos assuntos e dúvidas rotineiras sobre o tema Acessibilidade Digital e Tecnologias Assistivas. Para quem quiser entender mais sobre, recomendo demais:
TAS Experience - Painel Acessibilidade Digital e Tecnologias Assistivas
Já deixo o contato desses parceiros e parceiras aqui para vocês acompanharem e seguirem no LinkedIn:
Em relação aos cursos voltados para o tema de acessibilidade digital também tivemos um aumento considerável. Sobre isso, a minha visão é semelhante a sobre Design Ops. Acredito que estão surgindo mais pessoas “críticas” e com conhecimento para fazer a diferença no dia a dia, já em 2021, para que em um futuro próximo tenhamos muitas vagas focadas em acessibilidade (meu sonho!).
Aproveito para destacar aqui os cursos de Acessibilidade Digital, da Mergo, e o Acessibilidade de Conteúdo para Redes Sociais, da Redesign Academy, uma iniciativa da Redesign For All e da Deficiência Tech. Além do módulo de Acessibilidade focado em Design System, que eu ministro dentro do Bootcamp de Design Ops da How.
Com o fomento desses temas em 2020, vejo um 2021 promissor, com ainda mais pessoas compartilhando conhecimentos e estudos sobre esses assuntos, com novas abordagens surgindo a partir das experimentações, e novos profissionais se tornando referências também.
Espero que todos com o espírito de comunidade se voluntariem para compartilhar seus erros (principalmente) e seus acertos, para ajudarmos a evoluir o nosso mercado cada vez mais rápido. E que venha a vacina! 💉