Apaixonado pelo mundo digital e fascinado por resolver problemas humanos, Eduardo Maia descobriu cedo que seu lugar era criando e simplificando produtos digitais pela perspectiva da empatia. Com mais de 20 anos de carreira em User Experience desenvolveu produtos que vão desde o entretenimento até o competitivo mercado de e-commerce global, sempre buscando colocar os clientes no centro das decisões, visando ajudar a criar uma cadeia de consumo mais justa e sustentável.
Seria negligente falar do futuro sem relembrar o passado como evidência do papel fundamental do Design no desenvolvimento humano que fica ainda mais nítido em momentos de crises massivas.
Depois de 2020, ninguém pode negar que estamos passando por tempos sombrios e repletos de incertezas. Contudo, nós, designers podemos e devemos encarar esse período como um "momento mágico", mantendo a positividade para transformar o mundo. Assim como a escola de arte Bauhaus fez na década de 1920, após a Primeira Guerra Mundial, trazendo para o design o pensamento holístico que conduziu o boom industrial do século XX e ressuscitou a "máquina sem vida" que caracterizava a produção em massa da época. Hoje, décadas mais tarde, valorizamos enormemente a importância óbvia do seu objetivo social de restaurar os padrões da vida após tempos de guerra.
Alexa, me fale sobre drivers de mudança! "São motivadores de mudança, pressão interna e ou externa que motiva a transformação e inovação em uma organização." Essa é a resposta que espero receber de uma inteligência artificial, principalmente por ela fazer parte do maior driver de mudança dos nossos tempos - a 4ª revolução industrial, muito bem resumida por Klaus Schwab (Dir. Executivo do Fórum Econômico Mundial):
"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes."
fonte: bcg.com
É sabido que a quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras com a chegada do mundo digital e a possibilidade de fazer pagamentos, escutar música e pedir um táxi a partir de um celular antigo e barato. Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar a uma missão nada simples, e que tornou-se ainda mais desafiadora com a chegada de um poderoso catalisador chamado COVID-19, que levou nossa sociedade à beira de um colapso completo, evidenciando a grande necessidade de bons produtos e boas soluções digitais.
Agora vamos aterrissar, olhando o presente através da citação de David Ritter, CEO do Greenpeace:
"Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo complicado de se colocar em prática"
Levar as grandes ideias de nossas paredes de post-its e boards do Miro até os clientes será um desafio ainda maior em 2021. Criatividade e praticidade devem ser o mantra, portanto precisamos deixar as teorias e design by the book, que tanto amamos, um pouco de lado, e focar com muito pragmatismo na realização rápida e barata de projetos de design centrados em reais entregas de valor.
O mundo pós pandêmico irá testar nossa capacidade de adaptação ao máximo, e, como designers, devemos assumir nossa responsabilidade de atuar ativamente na construção de empresas comprometidas com a sociedade, sem tentar transformar corporações em ONGs. Para isso, vamos precisar de muito mais que só resiliência, precisaremos de Design Organizacional!
Se você já viveu o desafio de colocar um produto digital na rua ou travou verdadeiras batalhas para evitar que um projeto fosse retalhado até o ponto de ficar tão desfigurado que ninguém se lembrasse do propósito real do design (além de agradar aos executivos, é claro) vai entender facilmente a dimensão do desafio levantado pelo David Ritter.
Do discovery ao delivery, de grandes redesigns até ajustes na altura de um botão, todos na equipe de design devem olhar além dos clientes e das user interfaces. Projetar organizações para reduzir custos, impulsionar o crescimento, fortalecer o desempenho de curto prazo e a saúde organizacional de longo prazo de forma sustentável passa a ser uma grande responsabilidade para nossa comunidade de design. Vou listar alguns pontos que podem te ajudar nessa missão:
O mesmo tempo e esforço que dedicamos para conhecer nossos clientes e mercado deve ser dedicado para criar poderosos artefatos de design para ajudar a moldar as empresas de dentro para fora. Sabemos que a experiência dos nossos produtos reflete diretamente na organização e energia de todos da empresa.
Com esse mindset, comece a transformar o mundo usando design e empatia para otimizar fluxos de trabalho, criando ambientes mais felizes e saudáveis em empresas mais sustentáveis e responsáveis. Energize-se, divirta-se e lidere essa mudança pelo exemplo.
Priorize e simplifique em 2021: seja prático na prática! 🥳