Minha Paixão diária é o design há mais de 10 anos. Trilhei minha carreira criativa com sólida experiência através da gestão de sites no varejo, passando por inúmeras agências de publicidade, consultorias de usabilidade e instituições financeiras. Liderei aplicações de design em times multidisciplinares, criando soluções viáveis do ponto de vista de negócio, que sejam possíveis tecnologicamente e desejáveis pelos clientes, com isso atribuindo a minha função a experiência em gestão e entendimento de pessoas, visando fazer parte de um time líder em performance sustentável. Como todo bom ""Produteiro"" parte da minha rotina diária sempre foi escolher métodos de pesquisas adequados para conduzir o entendimento de contexto e comportamento humano, avaliando a necessidade de clientes, e definindo a problemática correta de projeto.
Quando eu cheguei aqui no Design ainda era tudo mato.
Vi com meus próprios olhos as mudanças e os caminhos que o Design trilhou, confesso que como profissional da área há 15 anos, se me perguntassem em meados de 2014 na faculdade, quais os caminhos que poderíamos trilhar olhando para 2021 eu jamais iria imaginar que seríamos parte fundamental dentro das corporações. Éramos vistos até ali como commodities, profissionais pouco valorizados e muito subutilizados pela máquina de moer das agências de publicidade ou das gráficas, que pagavam muito pouco por muita entrega. O jogo começou a mudar quando o Design começou a provar seu valor, eu costumo dizer que todo profissional da área com mais de 30 anos “já vendeu seu corpinho pra uma agência” ou já teve vários arquivos perdidos para o Corel Draw e já ouviu muito a frase: “Há... mais eu tenho um primo que sabe fazer isso tbm, não preciso pagar pra você”. Essas são as muitas marcas da transformação do Design no Brasil e no mundo, a valorização, na minha opinião, ocorreu em nós mesmos, sabendo que poderíamos ser mais efetivos e mais reconhecidos. Até aquele momento, o reconhecimento acontecia apenas para grandes Designers de grandes agências, uma fatia minúscula do mercado e que defendia sua cadeira como se fosse a última, com um troféu de leão na mão. Eu te pergunto: onde estão esses caras agora? não sei! Só sei que, quem não foi se atualizando junto com a mudança constante do Design ficou pelo caminho e com seu leão na prateleira como enfeite. A era digital veio para comprovar o que já falávamos desde sempre, que tudo que fazíamos tinha forma mas não tinha função, o tão desejado UX comprova isso na prática, o Design tem que ser funcional e, ser esteticamente agradável é obrigação.
Após o nascimento de uma nova era chamada UX Design, com ela vêm também as ramificações desta área, e uma delas é esta que vamos abordar, o Product Designer. Esse profissional tem um papel de suma importância dentro de um time de produto, o mercado demorou a entender de forma correta essa função e hoje vemos muitas vagas que são bem similares entre Product e UX, o fator para que isso tenha acontecido foi o crescimento rápido das áreas de UX dentro das empresas, com isso passamos a ser fator decisivo em um produto e serviço centrado no usuário, a nossa relevância aumentou de forma agressiva e hoje temos um papel de evangelizadores do Design internamente. O Product Designer tem com principal função o entendimento de produto e pesquisa, pautado no usuário, e este profissional acompanha desde o nascimento do produto até a sua evolução dentro do mercado na mão de seus usuários.
Esta pergunta eu já me fiz algumas vezes, muito porque eu estudei para ser UX, entrei no meu primeiro desafio com UX/UI e me tornei um PRODUTEIRO, as minhas atitudes do dia-dia me indicaram este caminho, o fato de ser muito curioso me fez sair da frente do computador, ir entender a rotina do meu usuário, ser mais próximo da minha área de negócio e não me limitar apenas a minha própria opinião. Eram tempos difíceis, onde o design ainda tinha que ser provado diariamente como um fator agregador em produtos e serviços, costumo dizer que não basta ser apenas um ótimo Designer, tem também que saber vender seus projetos, jornadas e pesquisas, caso isso não aconteça você não vai muito longe, sempre vai ter alguém que diz entender mais sobre o produto do que o seu usuário, ou alguém que usa aquela frase pronta: “ O usuário não sabe o que quer, eu tenho que indicar o caminho”. (Hum rum! Sei!). Foi neste momento que fui me tornado um Product Designer, unindo a minha vontade de fazer algo que realmente fosse sanar uma dor do meu usuário e torná-lo tangível para o negócio. Foi uma evolução natural que exigiu uma proximidade maior do meu produto, entender e acompanhar a evolução dele dentro do mercado e, assim validar e revalidar sem fim para alcançar sempre uma boa experiência.
Que os Product Managers não me ouçam mas, é uma verdade. Cada vez mais o Product Designer vai se tornando dono de toda a jornada do produto, e aí mora a grande sacada de futuro, por que não entender muito do negócio? Por que não entender muito de tecnologia? Eu me fiz estas perguntas e quando cheguei a SENIOR eu não estudava somente sobre Design, mas também, sobre negócio e tecnologia a fim de unir conhecimento para entregar a melhor experiência possível ao meu usuário. Os ganhos para o produto e para a minha carreira foram gigantes, o mercado está cada vez mais carente desse profissional. Quem não quer ver seu produto decolando? Na minha visão de futuro faz total sentido esse Design estratégico que converse com todas as áreas, baseado em fundamentos e linguagem que ambos se entendam para que no delivery tenha o melhor resultado.
Hoje, temos diversos caminhos para que cada profissional se encaixe da melhor maneira, de acordo com seu talento. O PRODUTEIRO de hoje pode ser o PM de amanhã com toda sua experiência de Design na bagagem, estamos em constante evolução e hoje há espaço de atuação e mercado para todos.
O que me deixa extremamente feliz é que nos tornamos relevantes frente ao mercado de trabalho e, que cada dia mais seremos exigidos a subir a régua em nossas entregas. Espero ver muitas empresas considerando Design como um dos pilares de importância, porque nosso papel é sim fazer produtos e serviços rentáveis mas, é também, um papel de transformação de cultura e de estilo de vida. O futuro é promissor para estes profissionais, uma vez que todo o nosso mercado de tecnologia está voltado para produto e serviço, cada vez mais teremos aberturas em grande instituições para ocupar cadeiras que olham o design de forma estratégica para posicionamento de mercado. Um dica valiosa é estar atento a faixa de remuneração para não errar feio na hora da contratação, existe sim uma boa valorização financeira mas estamos em uma crescente, acredito que em poucos anos teremos muito Heads de Produto vindos do Design. É imprescindível que nosso crescimento seja feito de forma sólida para evitar cair novamente no básico, mas sim manter nosso posicionamento como essenciais.
A procura atualmente feita pelos recrutadores em redes sociais tem aumentado absurdamente, temos que tomar o cuidado de começar um projeto e entregar este projeto para ganhar espaço com base nas experiências, não mire apenas o cargo mas sim na construção de uma carreira, essa trajetória vai dizer muito sobre você, porque chegar no objetivo pode parecer fácil, o difícil sempre será se manter lá. Ao chegar fomente o Design e compartilhe experiências com quem está sob sua responsabilidade, a liderança também é uma parte importante na formação de um time que vai entregar as soluções orientadas por você.
Com isso trago-lhes meu olhar e percepção sobre futuro espero ter agregado algo relevante a sua leitura, não só com previsões mas também com orientações.