Sou mineiro de Araxá, 44 anos, pai de Antonio e Mariana e companheiro de Luiza. Amo artes, tatuagem, música e não dispenso uma roda de conversa. Estou nessa jornada de usar a internet para resolver os problemas das pessoas desde 1996. Amo tudo que faço.
Antes de pensar em 2021, queria voltar um pouquinho no tempo.
Há cerca de trezentos e cinquenta mil anos atrás, nós humanos, já estávamos aqui e olha... sobrevivemos. Sobrevivemos porque aprendemos, criamos, nos relacionamos e influenciamos o ambiente à nossa volta. Nossa capacidade de observar o mundo nos fez evoluir e nossos ancestrais nos deixaram como herança, instintos que hoje consideramos natos.
Também herdamos um legado cultural extremamente vasto. Ideias, artefatos, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social. Assim continuamos evoluindo. O próprio termo "cultura" já não coube mais em sua origem (agricultura). Estamos constantemente combinando nosso passado com o futuro que imaginamos melhor.
Foi nesta linha ainda, de buscar padrões e refinar nossas rotinas, que aprendemos a linearizar. Resgatamos nosso instinto repetindo o que deu certo antes (e que nos fez sobreviver) e assim que criamos processos para produzir alimentos, roupas, transportes e, bem… criamos processos para educar trabalhadores e matamos boa parte de nossa origem curiosa e exploradora, mas não vou me estender aqui… Enfim, os processos manuais foram industrializados, depois acelerados com energia, transporte, comunicação, eletrônica, e isso nos trouxe até a atualidade. Sempre encontrando um modelo e repetindo.
Com a invenção da máquina analítica de Charles Babbage, o primeiro algoritmo de Ada Lovelace até o primeiro computador de Alan Turing o entendimento de computação ainda era restrito a usos muito distantes das pessoas. Até que em 1989 Tim Berners-Lee começa uma mudança...
Me lembro bem quando a internet e telefonia móvel chegaram no Brasil, em meados da década de noventa. Aquilo me encantou e nunca mais me desconectei deste cenário. E como eu, muitas outras pessoas viram grandes oportunidades de fazer parte desta transformação.
Criamos programas de computador, várias linguagens e ferramentas já nasceram e morreram, criamos websites, hotsites, a publicidade abraçou o digital, criamos jogos, lojas eletrônicas, bancos criaram seus canais digitais, nasceram aplicativos, ecossistemas inteiros completamente digitais.
Hoje tudo é tech: Fintechs, Health Techs, Ed Techs.
Antes de seguir adiante sobre este novo mundo tech, queria ressaltar alguns marcos dessa mudança:
voltando...
Hoje tudo é tech.
Transações financeiras via aplicativos, consultas médicas remotas, estudo a distância, trabalho remoto, compras de supermercado e refeições rápidas, etc.
O cenário global favorece as tech companies. Aos olhos de muitos empreendedores é necessário acelerar ainda mais. A visão de produtos digitais abraça todas as empresas. Nascem novos cargos, novas estruturas, modelos e mais modelos… Agilidade é palavra mandatória. O ciclo "lean startup" soa bem aos ouvidos, mas o resultado que se nota por aí é:
"Pilota - Bate - Pivota"
Empresas favorecem o erro e aprendizado, e está certo, mas é preciso saber minimamente onde errar. A cada minuto se experimenta um modelo diferente na tentativa de trazer sensatez ao que deve ser feito. Referências como design sprint, lean inception, dual track, triple track, growth hacking, golden circle e vários canvas que levam algumas pessoas a tentar compilar o conhecimento em um modelo a ser replicado, LINEARIZADO. Achamos que prendemos, empacotamos e entregamos produtos. Falta às vezes senso crítico, ou coragem para lidar com burocracias e prazos. Além disso, nosso processo de trabalho não pode ser empacotado. Não diante da quantidade de novos problemas que nascem hoje, reflexos de ações mal planejadas: como ansiedade, uberização do trabalho, e muitos outros.
Já num contexto de liderança, a estratégia precisa sair dos OKRs, métricas e dados e passar a considerar o ser humano, suas emoções e seu papel social.
Então minhas reflexões aqui com relação ao nosso trabalho é…
Os canvas são ótimos! Mas nem sempre é só isso.
Pergunte-se, por que fazer: persona, lean canvas, formulário, protótipo em alta?
Como eu poderia fazer diferente pra descobrir o que realmente importa neste contexto? Use o que tem, e adapte.
Então como pensar numa estrutura que suporte esta mudança?
No curso Clip, da Perestroika, conheci esta visão abaixo:
Talvez seja utópico, ou longe demais da realidade de uma grande maioria, mas vejo constantemente abordagens de mudança cultural propondo cenários similares, muitas vezes amparados por um discurso de agilidade e design organizacional.
A reflexão que gostaria de deixar aqui é a seguinte:
Não é sobre design, empresas que co-criam não precisarão ser reativas, elas provavelmente estarão conectadas com os problemas da sociedade pela sua rede de pessoas e terão um caminho mais claro para seguir.
Se a economia é cada vez mais colaborativa e as redes compartilhadas, por que nosso modo de trabalhar é diferente?
Além disso, co-criando se tem:
Vamos co-criar 2021?
Chama seu time pra falar sobre isso?